O Consumo de Açúcar no Mundo. Será que precisamos mesmo dele?


O mapa acima demonstra o consumo de açúcar refinado,     (sacarose) em termos de calorias por dia. Apesar de algumas regiões apresentarem um consumo altíssimo, em outras ainda é praticamente inexistente ou insignificante. 

Em países como o Brasil, historicamente produtor industrial de açúcar refinado, em que grande parte das pessoas considera os alimentos doces como os mais saborosos e desejáveis, quase não se consegue imaginar que existam regiões em que seu consumo é inexistente. Pode ser bastante estimulante pensar que o açúcar não é uma realidade cultural de todos os povos e, aliás, é um elemento recente introduzido na cultura da humanidade, talvez 6000 anos, em um nível bastante restrito, tendo sua produção tornada em grande escala somente  por volta do século XVII. O açúcar faz parte de nossa realidade alimentar diária há tão somente uns 400 anos.

Pode-se afirmar que, para um número significativo de pessoas, o açúcar tem um potencial aditivo, como uma verdadeira droga, que aliás, de fato, o é. E por sê-lo, é que de forma muito poderosa, inúmeros pacientes diabéticos, advertidos de risco de amputação de seus membros, não conseguem parar de comer doces. Esse é só um dos exemplos de como a questão da adição ao açúcar é tão séria.

As crianças são treinadas desde a infância a afogar tristezas serem premiadas, receber carinho ou celebrar felicidade com balas, doces, sorvetes, bolos e sobremesas, mas o fato grave que se esconde nesses hábitos culturais é que uma adição (dependência) de açúcar se instala, com todo o seu potencial viciante, do ponto de vista psicológico (emocional). O açúcar é capaz, de fato, de provocar sensações prazeirosas associadas à serotonina, que do ponto vista da bioquímica cerebral, funcionam como um antidepressivo momentâneo.  

Quem consome açúcar regularmente ou abusivamente já experimentou o mal estar de sua restrição ou eliminação súbitas, que são  sintomas semelhante à uma droga como qualquer outra. Há de fato mal estar físico (tonturas, sensação de desmaio, desfalecimento, desânimo) como também sofrimento emocional. 

A retirada do açúcar, urgente e imprescindível para muitas pessoas, é extremamente dolorosa. Estão em jogo associações neurais antigas, poderosas e reforçadas que o ligam a sentimentos de esperança, prazer, proteção, alegria, suporte para momentos difíceis,  entre muitos outros. 

No processo de desintoxicação, tanto o aspecto bioquímico como o emocional devem ser levados em conta, tanto na retirada súbita como na progressiva, a depender das possibilidades individuais. 

Os doces têm um status falso de alimento, e vão continuar tendo, pois um questionamento em larga escala de seus malefícios envolve interesses econômicos poderosos. Certas verdades continuarão a ser omitidas.

Recentemente li materiais científicos que identificam o potencial cancerígeno da tão vastamente utilizada coca-cola. Por quantas décadas fomos bombardeados com a “informação” de que se trata de uma bebida “inocente”?   Esse é somente um exemplo que utilizarei para estimular o espírito crítico dos meus leitores: não se pode acreditar em tudo que o sistema propõe. 

O hábito de pesquisar e de buscar fontes variadas de informação permitirá o fortalecimento de convicções próprias, seja nesse como em qualquer outro aspecto da existência. Tal atitude fará uma grande diferença no posicionamento existencial do indivíduo, dando-lhe um status de sujeito agente de sua vida e  não um ser passivo face ao que lhe apresentam ou impõem.

A vida é desafiante e, a todo o momento, é necessário manter um sistema próprio de crítica, autocrítica e confrontação das realidades interna e externa. 

Em minha experiência profissional tenho podido utilizar técnicas psicoterapêuticas e de programação neurolinguística (PNL) para auxiliar um novo reposicionamento do indivíduo em relação aos diversos tipos drogas socialmente aceitadas. O primeiro passo é a informação e em seguida o reconhecimento, no caso em que esteja havendo alguma forma de prejuízo à saúde física ou emocional pessoal.

Em outra oportunidade tratarei  da correlação entre o Etanol e Açúcar: produtos da indústria da sacarose (açúcar), os primos viciantes oriundos da cana de açúcar.