Tensão muscular e atividade psíquica representam dois aspectos de uma mesma concepção de unidade de função fundamental psicossomática. Dito de outro modo, o que se passa à nível psicológico tem repercussão física, ou seja, no conjunto osteomuscular.
Podemos afirmar que a expressão do corpo é um registro, uma tradução de reações emocionais. A variação do tônus postural indica o nível de tensão interna do indivíduo. Quem, depois de um dia de contrariedades, de aumento de stress não se sentiu como que “travado, tenso, rígido, dolorido ou cansado”?
Entre as abordagens no trato desse tema podemos sugerir, em primeiro lugar, a percepção do estado corporal e a relação que há entre pensamentos e emoções associados. É extremamente útil quando o paciente pode, durante movimentos corporais ou massagens por exemplo, verbalizar os estado emocionais que estão associados. As psicoterapias que levam em consideração os estados físicos, que auxiliam nessa percepção são fundamentais.
Existem dores físicas que são exclusivamente emocionais. A grande maioria de pacientes com relato de dor crônica diária sofre de fadiga e contraturas posturais tanto por atividades ergonômicas insatisfatórias como também estados emocionais de sofrimento crônico.
Gerar e fortalecer a conscientização das percepções corporais e emocionais de um paciente, como por exemplo dar-se conta da posição da cabeça no espaço ou uma coluna encurvada, abdômen flácido, entre outras, pode auxiliar a recuperação desses quadros dolorosos que geralmente são mascarados com uso de medicação analgésica sem tomada de consciência dos dois níveis, o físico e o emocional. Eles são inseparáveis e o resultado de abordar apenas um ou outro sempre será insuficiente no que toca ao resultado final ou à estabilidade desses resultados.
A dor existe para algo: sinalizar um ou mais níveis de um problema. Não percebê-la ou simplesmente anestesiá-la só fará com que piore, terminando por torná-la crônica. Entender a dor, como se instalou, que a mantém são importantes passos para que se chegue às origens como também as soluções.
É necessário “educar” o paciente sensibilizando-o para auto percepções, associando a psicoterapia e atividades físicas como pilates e yoga, as quais em conjunto proporcionarão resultado duradouro à obtenção da saúde integrada do indivíduo.